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sábado, 22 de novembro de 2025



(Versão Oficial — Pergunta & Resposta)


ABERTURA

CHAKUISA:
Bom dia, bom dia, ouvintes da Rádio 8000! Estamos em sintonia, chegamos para mais uma edição do nosso programa Espaço Entrevistas, aqui a partir da centralidade do Zango 8000, província de Icolo e Bengo.
Hoje é sábado e temos mais um convidado especial. Ele vem falar da sua caminhada musical, da sua banda, do seu percurso e dos seus projetos.
Estou a falar de Khamon, artista que começou a carreira em 2008.
Khamon, seja muito bem-vindo.

KHAMON:
Obrigado. Boa, boa, Mano.


CHEGADA À RÁDIO

CHAKUISA:
Como é que foi chegar até aqui? Custou muito?

KHAMON:
É pá, viemos do Zango, né? O Mano tem a grana, pá.

CHAKUISA:
(ri) É isso que estamos todos a procurar, né?
Então vamos começar: começaste em 2008. Como é que tudo começou?


INÍCIO DA CARREIRA

CHAKUISA:
Quando começaste, quais eram os artistas que mais ouvias?

KHAMON:
Ouvia muito Tupac, Dr. Dre, Prodígio, Kota Yannick, Valete… muitos artistas com mensagem forte.


POR QUE O RAP?

CHAKUISA:
E por que escolheste o rap e não outro estilo musical?

KHAMON:
Para mim, o rap é o caminho natural para transformar a dor em música.
É a minha forma de expressão.


REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS

CHAKUISA:
A nível internacional, tirando Tupac, consomes mais artistas de onde? EUA? França? Bélgica?

KHAMON:
Sim, consumo mais França e Europa: Booba, Akhenaton, MC Solaar, Rohff… muitos.


NOVA GERAÇÃO EM ANGOLA

CHAKUISA:
Da nova geração angolana, tens algum artista com quem gostarias de fazer um trabalho?

KHAMON:
Sim, muitos bons: MC Cabinda, Mó Velho, Pancho Leneiro…

CHAKUISA:
Pancho Leneiro do Palanca?

KHAMON:
Sim, sim.


ARTISTAS DO KAZENGA

CHAKUISA:
E do Kazenga? Algum artista do teu bairro com quem já dividiste palco?

KHAMON:
Não, não. Não me interesso muito.

CHAKUISA:
Então ouves mais artistas de outras zonas?

KHAMON:
Certo. Porque muitos não têm visão, nem boas letras.


PROCESSO DE ESCRITA

CHAKUISA:
Como é que começas a escrever uma letra? O que vem à mente?
Por exemplo, “A Grana”: como surgiu?

KHAMON:
“A Grana” veio num momento escuro da vida. Eu estava numa loja, numa fase difícil, e a música transformou essa dor.
E “grana” não é só dinheiro. É mentalidade, sobrevivência, prisão e liberdade.
Escrevo muito para aliviar a mente.


SIGNIFICADO DA MÚSICA "A GRANA"

CHAKUISA:
Então “A Grana” é para incentivar as pessoas a lutar e conquistar estabilidade?

KHAMON:
Certo.


PREOCUPAÇÕES SOCIAIS

CHAKUISA:
O que mais te preocupa na sociedade, em Angola e no mundo?

KHAMON:
A saúde e o bem-estar do povo.
Quero que vivamos num mundo melhor, longe do sistema que nos prende.


ESTILO MUSICAL

CHAKUISA:
Com qual estilo te identificas mais? Trap, boom bap, rap dançante?

KHAMON:
Eu sou artista, não tenho estilo fixo.
Faço boom bap, afro, rumba, kuduro… canto em qualquer beat.
Se o beat inspira, eu vou e cospes naturalmente.


OBJETIVO NA MÚSICA

CHAKUISA:
Onde queres chegar com a música?

KHAMON:
Não quero apenas tocar em rádios ou TV.
Quero tocar nas almas.
Quero chegar à consciência das pessoas.


INSPIRAÇÃO, ESTUDO E PESQUISA

CHAKUISA:
És daqueles artistas que estudam e pesquisam muito?

KHAMON:
Sim. A minha base é a mente.
A minha arte é um movimento, não só música.


PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

CHAKUISA:
Como funciona a tua produção? Quem produz, quem distribui?

KHAMON:
Trabalho com DJ Rua Babit, Ekinzao e Toledão Ralo.
Produção e distribuição é tudo com eles no estúdio.


PRESENÇA DIGITAL

CHAKUISA:
E como está o teu posicionamento digital? O pessoal baixa, partilha, comenta?

KHAMON:
Está indo bem, graças a Deus.


PRIMEIRA VEZ NO ZANGO

CHAKUISA:
É a tua primeira vez no Zango?

KHAMON:
Sim, sim.

CHAKUISA:
Já ouviste falar muito do Zango?

KHAMON:
Sim, dizem que é uma viagem longa para chegar aqui. (risos)


PROCESSO DE CRIAÇÃO EM ESTÚDIO

CHAKUISA:
O produtor envia o beat? Ou trabalham juntos no estúdio até surgir a ideia?

KHAMON:
Trabalhamos juntos.
Tenho uma inspiração, marco o dia, damos ideias, analisamos e criamos magia.


PRIMEIRA VEZ EM ESTÚDIO

CHAKUISA:
Lembras-te da primeira vez no estúdio?

KHAMON:
Sim. Foi no Congo, na República do Congo.
Gravei no gueto, no estúdio de um velho. Foi fixe.


LIGAÇÃO COM O CONGO

CHAKUISA:
Tens ligação com a República Democrática do Congo?

KHAMON:
Sim, vivi lá muito tempo.


CONGO: KINSHASA OU BRAZZAVILLE?

CHAKUISA:
Quando falas de Congo, estás a falar de Kinshasa ou Brazzaville?

KHAMON:
Kinshasa.


VIDA NO CONGO

CHAKUISA:
Como é viver lá?

KHAMON:
Dá para aguentar. África é África: sistema, política…
Mas dá para viver.


MENSAGEM EM FRANCÊS OU LINGALA

CHAKUISA:
Manda um abraço em francês ou lingala ao pessoal no Congo.

KHAMON:
(Fala em lingala/francês)

CHAKUISA:
Agora traduz para português.

KHAMON:
(Tradução)


PROBLEMAS DE ÁFRICA

CHAKUISA:
Como vês os problemas da África?

KHAMON:
O problema é mentalidade.
Falta consciência.
As pessoas não respeitam o próximo.
Quando morremos, não levamos nada.


A DESIGUALDADE

CHAKUISA:
E essa falta de ajuda entre familiares e amigos?

KHAMON:
Isso é gato.
Muitos não querem ver os outros crescer.
Devemos mudar.


RESPONSABILIDADE DO ARTISTA

CHAKUISA:
Os artistas refletem o que o povo vive?

KHAMON:
Alguns sim.

CHAKUISA:
E tu? Já fizeste músicas sobre a realidade social?

KHAMON:
Sim. A maioria das minhas músicas fala de ruas, filosofia, consciência…


IDENTIDADE AFRICANA & LÍNGUAS

CHAKUISA:
Na música “A Grana” misturas português, lingala e francês. Como surgiu?

KHAMON:
É uma conexão global.
O mundo é nosso.
Angola, Kinshasa, Brazzaville, Gabão… somos uma família.


IMIGRAÇÃO

CHAKUISA:
Como vês a situação da imigração?

KHAMON:
A vida é rotativa.
O dinheiro está em todos os lados.
Se não ganho aqui, posso ganhar noutro país.


MERCADO MUSICAL ANGOLANO

CHAKUISA:
O mercado está fechado?

KHAMON:
Está fechado, mas se fecharem a porta, eu entro pela janela.
Se fecharem a janela, entro pelo teto.
Eu luto.


COLABORAÇÕES NACIONAIS

CHAKUISA:
Quais artistas nacionais gostarias de cantar?

KHAMON:
Mocotay Yannick, Afroman, MC Cabinda, Benchley Nero, R.L. Pelly, Kanga G…

CHAKUISA:
Queres deixar mensagem para eles?

KHAMON:
Sou vosso colega e irmão.
Preciso de apoio.
Estamos a trabalhar para melhorar as coisas.
Dêem-me um sangue.


RECEPÇÃO DO PÚBLICO

CHAKUISA:
Como o público recebe “A Grana”?

KHAMON:
Muito aplauso, mas não busco aplausos.
Busco sentido.
Quero que sintam a mensagem.


PROJETOS FUTUROS

CHAKUISA:
Tirando “A Grana”, como está o teu projeto?

KHAMON:
A Grana é só um single.
Em 2026 vamos lançar o álbum com 12 faixas.
Trabalho com dois beatmakers diferentes.


CHEGADA À RÁDIO 8000

CHAKUISA:
Como chegaste até nós? Como conheceste a Rádio 8000?

KHAMON:
Vi nas redes sociais.
Senti a chama.
Quis entrar na casa.

CHAKUISA:
Estás a gostar da nossa forma de trabalho?

KHAMON:
Muito.


ENCERRAMENTO

CHAKUISA:
Obrigado, Khamon, pela presença e pela partilha.
A Rádio 8000 continua aqui na centralidade do Zango 8000, a apoiar artistas, divulgar música e abrir portas.
Web rádios como a nossa permitem visibilidade global, entrevistas completas, cortes, YouTube e muito mais.
Artistas, venham divulgar o vosso trabalho — temos uma audiência mundial.
Até à próxima!

 

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