Soldados bloquearam palácio presidencial e ministérios próximos. Chefe de Estado Mohamed Bazoum terá sido detido, mas Presidência garante que o "movimento anti-republicano" será em vão
Fonte: Dw
Chakuisa Muachinguenji
Vários soldados da guarda presidencial do Níger bloquearam os acessos ao palácio presidencial na capital Niamey, informaram várias fontes de segurança esta quarta-feira.
Um repórter da agência de notícias Reuters viu veículos militares a bloquear a entrada. O acesso aos ministérios próximos do palácio também foi bloqueado, disseram fontes de segurança. Segundo um membro da Presidência, os funcionários do palácio não conseguiam entrar nos seus gabinetes.
O Presidente Mohamed Bazoum terá sido "detido" por elementos da guarda presidencial, avançaram diversas fontes citadas pela imprensa internacional. Mas a Presidência assegurou na rede social Twitter que Bazoum e a família "estão bem" e o "movimento" anti-republicano será em vão, ameaçando contra-atacar se os soldados amotinados não recuarem.
O bloqueio ocorre num momento de crescente instabilidade no Níger, que tem lutado contra uma insurgência jihadista nas fronteiras com o Mali e o Burkina Faso. Além disso, a economia tem sofrido o impacto da queda dos preços do urânio, uma das principais exportações do país.
O Níger tem uma longa história de golpes e instabilidade política. Em março de 2021, uma unidade militar tentou ocupar o palácio presidencial dias antes da tomada de posse de Bazoum. As autoridades nigerinas abortaram a tentativa de golpe, que consistiu numa série de tiroteios junto ao palácio.
Reação internacional
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana já condenaram o sucedido.
"A CEDEAO condena nos termos mais veementes a tentativa de tomada do poder pela força e apela aos golpistas para que libertem imediatamente e sem pré-condições o Presidente da República eleito democraticamente", afirmou a organização em comunicado.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também censurou a ação, apelidando os soldados de "traidores".
A União Europeia diz que acompanha a situação no Níger com "bastante preocupação".
Sem comentários:
Enviar um comentário