Hip-Hop na Huíla: Da Marginalização ao Reconhecimento Institucional - Rádio 8000

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Hip-Hop na Huíla: Da Marginalização ao Reconhecimento Institucional

 

Em entrevista exclusiva, Simon Júnior, presidente da comunidade Hip-Hop local, celebra a condecoração recebida pelo Governo Provincial e destaca o papel do movimento como parceiro social na região Sul.

Por: Redação 8000

O movimento Hip-Hop na província da Huíla vive um momento histórico de transição. O que antes era alvo de estigmas e preconceitos, hoje ganha o selo de mérito oficial. Simon Júnior, figura central e presidente da comunidade Hip-Hop na província, foi recentemente condecorado pelo governo local, um gesto que simboliza a vitória de uma "parcela social" que lutou anos pela sua voz.


Em conversa franca, o líder associativo detalhou o impacto desta distinção e a evolução do movimento no Lubango, reforçando que o reconhecimento não é individual, mas de toda uma classe artística que se tornou "guardiã da comunidade".


O "Casamento Perfeito": Identidade Angolana e Valores Sociais

Para Simon Júnior, o sucesso do Hip-Hop na Huíla reside na capacidade de adaptação. O líder explicou que a comunidade conseguiu realizar um "casamento perfeito" entre a cultura importada dos EUA e a essência angolana, resultando num movimento pedagógico e preservador de valores.


"Contextualizamos a cultura no tempo e no espaço. O nosso Hip-Hop é mais 'angularizado'. Levamos a essência e mostramos que cultura é tudo o que é positivo", afirmou Simon.

O Papel do Governo e a Reciprocidade

A relação entre os "hip-hopers" e o Executivo Provincial, liderado pelo Governador Nuno Mahapi Dala, foi apontada como um pilar fundamental para este novo cenário. Segundo Simon, o reconhecimento foi recíproco, uma vez que a comunidade também consagrou o dirigente como um dos "padrinhos" do movimento.


O apoio institucional permitiu a realização de marcos históricos, como a Conferência Regional Sul de Hip-Hop, posicionando a Huíla como a segunda província com maior destaque no gênero a nível nacional, superando a barreira do desinteresse do empresariado local.

Mensagem à Nova Geração: "Cantar a Verdade"

Ao finalizar a sua intervenção, o presidente deixou um apelo ético aos novos talentos. Num mundo de aparências e ostentação visual, Simon defende o regresso às origens do Rap consciente:

Realismo Social: "Não vamos cantar sobre carros ou joias que não temos. Vamos cantar sobre a realidade do povo."


Solidariedade: "Cada hip-hoper é um guardião da sua comunidade."

Paz e Construção: Com 22 anos de paz efetiva em Angola, o movimento deve atuar como a "maior ONG do mundo", transformando jovens em referências positivas.


Um Legado de 50 Anos

A condecoração na Huíla surge no contexto global de celebração dos 52 anos da cultura Hip-Hop, reafirmando o seu papel como ferramenta de transformação social capaz de retirar jovens da marginalidade e integrá-los no debate público e cultural de Angola.


OUÇA A ENTREVISTA :



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