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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

BARRAGEM DO BERO IMPULSIONA DESENVOLVIMENTO E SEGURANÇA HÍDRICA NO NAMIBE

 



O Governo angolano continua a reforçar as medidas de mitigação dos efeitos da seca no sul do país, através de iniciativas integradas no Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA). Entre as obras estruturantes em curso, destaca-se a construção da barragem do Bero, no Namibe, vista como uma das infra-estruturas mais estratégicas para garantir o abastecimento regular de água à província.


A obra, de grande envergadura, surge como resposta às secas cíclicas que há décadas afectam a região, comprometendo a qualidade de vida das populações e o desenvolvimento económico local. Com capacidade para armazenar 81,4 milhões de metros cúbicos de água, a barragem está a ser erguida em betão compactado com cilindros e permitirá irrigar mais de 1.400 hectares destinados à actividade agrícola.


Além de assegurar o aumento significativo da disponibilidade de água, o projecto vai melhorar a captação e o armazenamento, reforçando a sustentabilidade dos sistemas locais. A cidade de Moçâmedes será uma das principais beneficiadas, com o aumento da capacidade de distribuição de água potável, acompanhando o crescimento populacional e reduzindo a vulnerabilidade das comunidades.


Do ponto de vista social e sanitário, prevê-se um impacto positivo expressivo. Com o acesso a água tratada e regular, diminuirá a incidência de doenças de origem hídrica, como diarreias e infecções associadas ao consumo de água imprópria. A redução destes casos pode aliviar a pressão sobre os serviços de saúde e contribuir para a melhoria dos indicadores de saúde pública.


A construção da barragem também impulsiona a economia local. Actualmente, a empreitada emprega directamente cerca de 5.500 jovens, número que deverá aumentar com a conclusão da obra, através da dinamização de novos negócios e investimentos na região. O impacto económico estende-se a sectores como agricultura, comércio e pequenos serviços.


Prevista para ser concluída em 2028, a barragem do Bero deverá começar a beneficiar a população antes mesmo da conclusão total, à medida que a água for sendo acumulada e disponibilizada para uso comunitário e produtivo.


O projecto integra uma estratégia mais ampla do Executivo para o Namibe, que inclui a recuperação de 43 barragens nos municípios da Bibala, Camucuio, Cacimbas, Lucira, Sacomar, Moçâmedes e Virei. Além disso, está prevista a construção de mais cinco barragens nas bacias do Giraul, Curoca, Bentiaba, Inamamgando e Carunjamba.


No âmbito geral do PCESSA, até 2027, estima-se que mais de 2 milhões de habitantes das províncias do Cunene, Namibe e Huíla beneficiem de novas soluções de abastecimento de água. O plano prevê a capacidade de armazenamento de 600 milhões de metros cúbicos de água, irrigação de cerca de 46 mil hectares de terras agrícolas, mais de 90 mil ligações domiciliárias, 3.200 chafarizes e 125 chimpacas, transformando de forma profunda o panorama hídrico do sul de Angola.


Trata-se de um investimento robusto que reafirma o compromisso do Executivo em garantir melhores condições de vida às populações e promover o desenvolvimento sustentável na região.


Por Alberto Dumbo

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