Núrio Back denuncia falta de reconhecimento e revela bastidores da música angolana - Rádio 8000

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domingo, 5 de outubro de 2025

Núrio Back denuncia falta de reconhecimento e revela bastidores da música angolana


Luanda — O cantor, produtor e diretor artístico Núrio Back, conhecido por ter criado e dirigido sucessos de artistas como Léo Príncipe, Bruno Moreno e outros nomes da nova geração da música angolana, veio a público partilhar uma reflexão forte sobre o atual estado da indústria musical nacional, marcada — segundo ele — por injustiças, vaidade e falta de valorização do verdadeiro talento.


O artista afirma que muitos músicos com poder financeiro (“Kumbu”) mas sem talento acabam por depender dos artistas realmente criativos, embora com menos recursos. Núrio denuncia que esses cantores procuram os talentosos para criação de letras, produção musical, direção artística e até vozes guias, uma vez que “não conseguem atingir as notas” exigidas nas canções.


“Correm atrás dos talentosos para lhes darem letras, direção artística e, na maioria das vezes, até as vozes guias. A voz que eles interpretam é dos mesmos talentosos sem Kumbu”, desabafou o produtor.


O músico também lamenta que, depois de conquistarem visibilidade, muitos desses artistas quebram promessas e desvalorizam quem os ajudou no início.


“Depois de conseguirem visibilidade, já não te atendem o phone e as promessas wowo. Ainda te jogam na cara que pra ser destaque ou ter visibilidade, não precisam de talento”, criticou.


Polémica: autoria de uma das músicas de Bruno Moreno em causa


A reflexão de Núrio Back surge em meio a uma nova polémica envolvendo a autoria de uma música que se tornou sucesso na voz do cantor Bruno Moreno.


Núrio afirma ser o autor original da composição, responsável pelo beat, letra e direção artística da faixa, e esclarece que a primeira versão foi gravada inteiramente com a sua voz, muito antes de ser cedida.


“Antes de existir qualquer versão final, esta música nasceu da minha inspiração: eu fiz o beat, a composição e a direção artística. Gravei a primeira versão completa apenas com a minha voz, muito antes de ceder a música”, explicou.


Segundo o artista, Bruno Moreno apenas interpretou a segunda estrofe, mantendo a sua voz no refrão e na primeira parte, por não conseguir reproduzir a mesma interpretação vocal.


“Hoje, vejo entrevistas que não refletem a realidade da criação… mas os registos falam por si. A versão original continua comigo, e é a prova de que o meu trabalho não pode ser apagado”, acrescentou.


Núrio Back garante que não busca polémica, mas sim respeito pelos direitos autorais e valorização de quem realmente cria.


“Não se trata de polémica — trata-se de respeito pelos direitos autorais e valorização do trabalho de quem cria”, finalizou.


Para o artista, a falta de ética, reconhecimento e união entre músicos tem sido um dos principais entraves para o avanço da música angolana, que ainda luta para atingir o patamar de outros países africanos.


 “O mercado é grande e chega para todos”, reforçou Núrio Back, concluindo com a promessa de continuar a expor a sua “humilde opinião” sobre os bastidores da arte em Angola.

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