FMI alerta para agravamento dos riscos de dívida em Angola

O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a lançar hoje um alerta em relação à economia angolana, sublinhando que o país enfrenta crescentes riscos de endividamento. A principal preocupação prende-se com a queda acentuada das receitas petrolíferas, que continuam a ser a base da economia nacional, e com o aumento dos custos associados aos empréstimos externos.

Segundo o relatório divulgado, a vulnerabilidade financeira de Angola está a ser agravada pela instabilidade nos preços internacionais do petróleo, factor que fragiliza a sustentabilidade orçamental e limita a capacidade do Estado em honrar os seus compromissos de dívida.

O FMI, que já tinha anteriormente revisto em baixa as previsões de crescimento económico para Angola, alerta agora que o país poderá enfrentar maiores dificuldades na captação de financiamento externo, caso não consiga diversificar as fontes de receita e reforçar a disciplina fiscal.

“Angola tem registado progressos em algumas áreas de estabilização macroeconómica, mas a forte dependência do petróleo continua a expor a economia a choques externos. É essencial acelerar a diversificação económica e reforçar as medidas de sustentabilidade da dívida”, refere a nota do Fundo.

 

O governo angolano tem em curso várias iniciativas no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV) e do Plano de Desenvolvimento Nacional, procurando atrair investimento estrangeiro e dinamizar sectores como a agricultura, as pescas, a indústria transformadora e os serviços. Contudo, especialistas alertam que os resultados destas reformas poderão demorar a ter impacto significativo.

Para já, a pressão mantém-se sobre as contas públicas. A volatilidade do mercado petrolífero e o aumento dos encargos da dívida externa colocam Angola perante um desafio crítico de gestão financeira, que exigirá respostas rápidas e eficazes para evitar que a situação se agrave.