O kudurista Bruno Mabaia foi o convidado do programa Espaço Entrevista, transmitido na passada segunda-feira, 22 de setembro, pela Rádio 8000, onde falou sobre a sua carreira, memórias marcantes e os novos projetos musicais que pretende lançar em breve.
Logo no início da conversa, o artista destacou a sua ligação de longa data com o kuduro, género que começou a explorar entre 1988 e 1999, em Luanda. Contemporâneo do finado Nagrelha, líder do grupo Os Lambas e conhecido como o “Estado Maior do Kuduro”, Bruno Mabaia relembrou momentos de amizade e dificuldades partilhadas com o “Rei do Kuduro”. “Na década de 2000, eu e o Nagrelha fomos lavadores de carro no Sambizanga. Foram anos duros, mas que marcaram a nossa história”, contou.
O cantor também desabafou sobre episódios pessoais, incluindo a sua passagem pela Cadeia Central de Luanda (Comarca de Viana), onde, mesmo privado da liberdade, foi convidado a atuar em eventos culturais organizados dentro do estabelecimento.
Durante a entrevista, Bruno Mabaia revelou ainda que já participou em uma das músicas do álbum do kudurista Bruno M. e confirmou que prepara novas colaborações. Entre os destaques, estão parcerias com Bruno King, bem como com os artistas Champolim e Tchunami.
Apesar do percurso, o músico confessou não ter alcançado o nível de sucesso esperado. Segundo ele, isso acontece porque o mundo artístico, muitas vezes, exige compromissos obscuros. “Experimentei todos os caminhos possíveis, mas não consegui consagrar a minha música devido às exigências que envolvem sangue. Muitos recorrem a pactos de consagração nas chamadas casas escuras”, revelou, em tom de denúncia.
Com novos projetos em andamento, Bruno Mabaia afirma que continua firme no kuduro e promete manter viva a essência do estilo que o projetou artisticamente, sem ceder a pressões externas.
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