Doha, 12 de setembro de 2025 – O governo do Catar afirmou nesta quinta-feira que o ataque israelense que atingiu um prédio em Doha, na véspera, “matou qualquer esperança” de libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza. A operação, que teria como alvo membros do grupo palestino envolvidos em negociações, deixou pelo menos seis mortos e provocou uma crise diplomática no Golfo Pérsico.
“Depois deste bombardeio, não resta mais nenhuma possibilidade de que as conversas sobre cessar-fogo e troca de prisioneiros avancem”, declarou o primeiro-ministro catariano, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, em coletiva de imprensa. Ele classificou a ação como “terrorismo de Estado” e pediu que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, seja responsabilizado.
Alvo era delegação do Hamas
Segundo autoridades catarianas, o ataque ocorreu quando representantes do Hamas se preparavam para um encontro mediado por Doha, parte dos esforços para negociar um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelenses capturados no início do conflito. O grupo palestino confirmou a morte de alguns integrantes, mas disse que os seus principais dirigentes escaparam ilesos.
Israel não comentou oficialmente as declarações do Catar, mas fontes ligadas ao governo israelense afirmaram a veículos internacionais que a operação mirava “terroristas de alto escalão” e foi motivada por razões de segurança.
Repercussão regional
A ofensiva gerou condenação de países árabes e de organizações internacionais, que viram na ação um atentado à soberania catariana e uma ameaça às tentativas de paz. Doha anunciou que vai reavaliar o seu papel como mediador entre Israel e Hamas e convocou uma reunião urgente da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica.
Papel estratégico do Catar
O emirado desempenhava um papel central nas negociações entre as partes, mediando pausas humanitárias e trocas de prisioneiros desde o início da escalada no Oriente Médio. Analistas alertam que, sem a intermediação de Doha, as perspetivas para a libertação de reféns e um possível cessar-fogo ficam mais distantes.
Fontes: Euronews, CNN Brasil, Veja
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