Luanda, Angola — A comoção tomou conta das redes sociais esta semana após a divulgação de um vídeo em que os quatro filhos do ativista angolano Serrote José de Oliveira, conhecido como General Nila, pedem diretamente ao Presidente da República que ordene a libertação do pai.
O apelo, feito de forma emocionada e comovente, expõe não apenas a dor da família, mas também a gravidade da situação enfrentada pelo jovem revolucionário, detido desde julho após participar de um protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis em Luanda.
Segundo relatos de testemunhas e informações de organizações de direitos humanos, General Nila foi baleado na perna enquanto transmitia ao vivo a manifestação. Após receber atendimento médico no hospital de Gameque, foi levado pela polícia ao Comando Municipal de Talatona. Desde então, encontra-se detido de forma incomunicável, sem acesso a familiares, advogado ou tratamento médico adequado.
A Amnesty International denunciou a detenção como arbitrária e exigiu que as autoridades revelem o paradeiro do ativista, garantam a sua integridade física e libertem-no, a menos que existam acusações legítimas formalmente apresentadas.
No vídeo divulgado, as crianças — visivelmente emocionadas — pedem que o pai retorne para casa e que a família volte a ter o seu provedor e referência.
“Queremos nosso pai de volta. Ele é o responsável pela nossa família”, diz uma das filhas, com a voz embargada.
O caso de General Nila tem mobilizado ativistas, organizações da sociedade civil e figuras públicas, reacendendo o debate sobre liberdade de expressão, direito de manifestação e respeito aos direitos humanos em Angola.
Enquanto isso, as quatro crianças aguardam uma resposta das autoridades — e o país acompanha com atenção um caso que já ultrapassou as fronteiras nacionais.
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