Escritor Andrade António Ambrósio denuncia censura e falta de apoio da Mediateca Zé Du

O escritor e consultor financeiro Andrade António Ambrósio expressou publicamente o seu descontentamento com a Mediateca Zé Du, em Luanda, após alegar ter sido impedido de divulgar o lançamento oficial dos seus livros “Princípios de Educação Económica – 2ª edição” e “A Prática da Kixikila em Angola”.

Em uma nota enviada à Direção Geral da Mediateca e com cópias ao Governo Provincial de Luanda, à Administração Municipal do Cazenga e à Direção Administrativa da própria instituição, Andrade denuncia que, apesar de ter solicitado com antecedência a ocupação do auditório e a afixação de material publicitário, a divulgação do evento foi dificultada.

Segundo o escritor, no dia 10 de julho recebeu autorização para fixar uma lona promocional na estrutura externa da Mediateca. Entretanto, ao visitar o local no dia 18 de julho, constatou que a lona havia sido retirada por orientação superior. “Disseram-me que não se devem afixar lonas, mas no mesmo local já havia uma lona alusiva a uma atividade de beleza para o dia 25 de julho, fixada muito antes da minha”, denuncia Andrade.

O autor questiona as prioridades da instituição:

“Afinal, quais das duas atividades é mais importante? A de beleza ou a de promoção da ciência, do livro e da leitura? O objetivo principal das mediatecas não é a promoção da ciência e do desenvolvimento pessoal dos cidadãos?”, questiona na carta.

Andrade considera que a atitude representa “desrespeito, menosprezo e discriminação” contra escritores e promotores culturais. Ele critica também a cobrança de valores elevados para a utilização do auditório, o que, segundo ele, “desmotiva iniciativas voltadas ao conhecimento e à educação”.

O escritor afirma que vai pronunciar-se publicamente sobre o caso nos próximos dias, pedindo mais respeito às atividades culturais e literárias, e reforça que “não há desenvolvimento sem ciência”.