A cena musical angolana é um mosaico de ritmos, histórias e resistências. No encerramento do ano de 2025, a Rádio 8000, no Icolo e Bengo, recebeu uma das figuras mais autênticas da nova vaga artística do sul de Angola: Lay Bayeta. Conhecida como a "Diva do Namibe", a artista não trouxe apenas a sua musicalidade, mas um relato profundo sobre identidade, fé e a luta pela afirmação do artista fora do eixo central de Luanda.
Das Raízes no Gospel à Versatilidade Secular
A trajetória de Lay Bayeta é marcada por transições corajosas. Formada em Engenharia Ambiental, Lay iniciou o seu percurso no mundo espiritual, cantando em corais da Igreja Iesa e Metodista, onde chegou a colaborar com ícones como a Irmã Sofia. No entanto, o seu caminho na música gospel foi interrompido por incompreensões religiosas e desafios pessoais, incluindo episódios de perda de voz que a levaram a um período de silêncio e reflexão.
A transição para a música secular não foi isenta de críticas; Lay relata ter sido encarada com preconceito por membros da sua antiga comunidade religiosa. Contudo, a sua essência "guerreira" — significado que atribui ao seu nome de registro, Bayeta — prevaleceu. Hoje, com 10 anos de carreira, ela define-se como uma artista versátil que domina estilos como a Kizomba e ritmos mais enérgicos como o sub-dance, fugindo de rótulos limitadores.
O Desafio de ser Artista na Província
Um dos pontos mais sensíveis abordados pela artista foi a realidade dos criadores que residem nas províncias. Lay Bayeta descreve o Namibe como uma "escola", mas aponta a falta de valorização local como um grande entrave. Segundo a cantora, existe uma tendência das províncias em investir mais em artistas que vêm de fora do que nos talentos da casa.
"Se o artista permanece no Namibe é porque o artista é forte e persistente," afirma Lay, destacando que a sua afirmação nacional foi conquistada através do uso estratégico da internet e de uma rede de agentes em diferentes províncias.
Identidade e Visão de Futuro
Com influências que vão desde a energia de Nicki Minaj até à vibração sul-africana de Makadze, Lay Bayeta foca agora na construção de uma imagem profissional e sólida. Durante a entrevista, ela expressou o desejo audacioso de realizar um trabalho conjunto com a polêmica e popular Jessica Pitbull, acreditando que a união de energias resultaria num sucesso sem precedentes.
Para Lay, ser artista vai além de cantar; envolve postura, visual e respeito pelo público. Sem se deixar abalar por polémicas locais ou "falsidades" do meio artístico, ela mantém o foco nos planos de expansão, provando que o talento vindo do deserto tem força suficiente para refrescar todo o panorama cultural de Angola.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Lay Bayeta: A Voz de Resiliência que Ecoa do Deserto do Namibe para o Mundo
Tags
# cultura
Share This
About radiozango8000
cultura
Tags
cultura
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
ADS
QUEM SOMOS ?
A RÁDIO 8000,é um portal (Rádio ‘online’) registada pelo grupo CSM-ENTRETENIMENTO COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SU LDA que transmite em ‘streaming’com a linha editorial centrada na produção e disseminação de conteúdos informativos, educativos e culturais, com enfoque na promoção de valores locais e universais.
.png)
.png)








Sem comentários:
Enviar um comentário