Apresentador: Chakuisa | Rádio 8000
CHAKUISA:
Boa noite, boa noite, Rose Melon. Seja muito bem-vinda à Rádio 8000.
ROSE MELLOW:
Boa noite, Chakuisa. Boa noite, Rádio 8000. Boa noite aos caros ouvintes.
CHAKUISA:
Como é que está Moçambique a estas horas? Já são 23h aí, está tarde. Como é que está o ambiente?
ROSE MELLOW:
Já é tarde, sim, mas Moçambique está de boa no momento.
CHAKUISA:
E o clima?
ROSE MELLOW:
Está variando. Não muito quente, não muito frio — um clima doce.
CHAKUISA:
Deixa-me fazer aqui uma pequena introdução para os ouvintes.
Hoje recebemos uma voz que está a ganhar cada vez mais destaque na música moçambicana. Rose Melon, cantora e compositora, que tem conquistado corações pela sua autenticidade e talento.
O seu mais recente single, “Ganha Moral”, já está disponível e carrega a força e emoção que ela imprime em cada obra. Hoje vamos conhecer a mulher por trás desta voz.
Primeiro: estou a pronunciar bem? Rose Melon?
ROSE MELLOW:
Certíssimo.
CHAKUISA:
Como é que a música entrou na tua vida?
ROSE MELLOW:
Eu venho de uma família de pequenos artistas. Os meus irmãos cantavam e dançavam, então a inspiração veio de lá. O bichinho nasceu cedo.
CHAKUISA:
Desde a infância, então?
ROSE MELLOW:
Sim, desde pequena que carrego esse talento.
CHAKUISA:
Quem é a Rose Melon por detrás dos palcos?
ROSE MELLOW:
Sou mãe de família e pequena empreendedora. Fico por aí.
CHAKUISA:
Como defines o teu estilo musical e as tuas maiores influências?
ROSE MELLOW:
Baseio-me muito nos ritmos angolanos como a Kizomba, e no geral ritmos africanos.
Inspiro-me na Pérola, Ayola Faraújo e também em artistas moçambicanas como Júlia Duarte e Mimai.
CHAKUISA:
Quando percebeste que estavas pronta para assumir a música como carreira?
ROSE MELLOW:
Há uns seis ou sete anos. Antes de cantar eu já era bailarina profissional, então a música já fazia parte de mim. As pessoas diziam que eu tinha voz, e decidi arriscar. Segui o conselho, trabalhei, e hoje cá estou.
CHAKUISA:
E a dança ficou de lado?
ROSE MELLOW:
Nunca. Quem é, nunca deixa de ser.
Incluo dança nos meus ritmos afro, como Utsi e Panja, que exigem movimento. Também danço Kizomba.
CHAKUISA:
Falemos de lançamentos. Tens novo trabalho, o single “Ganha Moral”. O que nos podes contar?
ROSE MELLOW:
O ano passado lancei uma EP de três faixas chamada “We Love”.
Este ano lancei recentemente “Ganha Moral”, uma Kizomba produzida em Moçambique com os produtores Frecci (instrumental) e Vlad Pro Music (mistura e master).
A composição é minha, e esta é a primeira entrevista oficial sobre o lançamento.
CHAKUISA:
Como surgiu a tua veia de compositora?
ROSE MELLOW:
No início não compunha; colegas de estúdio ajudavam.
Aprendi observando.
Hoje inspiro-me em histórias reais: redes sociais, vizinhos, amigos… e transformo tudo em música.
CHAKUISA:
Qual foi o maior desafio durante a produção deste single?
ROSE MELLOW:
Os desafios vêm das vivências atuais. Em Maputo vejo muita instabilidade nas relações.
A música traz a mensagem da mulher que quer alguém sério, com “moral” para assumir algo verdadeiro.
É baseado em fatos reais e observações do dia-a-dia.
CHAKUISA:
Quem sofre mais por amor em Moçambique? As mulheres ou os homens?
ROSE MELLOW:
O sofrimento amoroso é mundial.
Há sempre um sofredor e uma sofredora em qualquer lugar.
CHAKUISA:
Tens alguma música tua especialmente pessoal?
ROSE MELLOW:
Sim, “Doida” (2020).
É muito pessoal. Compus com os meus próprios sentimentos. Até hoje mexe comigo.
CHAKUISA:
Como vês o movimento atual da música moçambicana?
ROSE MELLOW:
A música está saudável, mas Moçambique enfrentou uma crise após manifestações que destruíram infraestruturas.
Estamos a recuperar, lentamente, mas estamos a caminhar.
CHAKUISA:
O que torna Moçambique único musicalmente?
ROSE MELLOW:
A união dos artistas.
Mesmo sem grande proximidade fora do trabalho, no fim do dia unimo-nos e trabalhamos juntos.
CHAKUISA:
Tens colaborações com angolanos? E sonhos de parcerias internacionais?
ROSE MELLOW:
Ainda não, mas quero muito.
Estou aberta a colaborações com artistas angolanos, brasileiros e cabo-verdianos.
Podem contactar-me pelas redes sociais ou e-mail.
CHAKUISA:
O que mais te inspira a compor?
ROSE MELLOW:
A dor.
A dor gera muita inspiração.
CHAKUISA:
Como lidas com a pressão das redes sociais e da exposição pública?
ROSE MELLOW:
Não é fácil.
Posto uma foto normal e recebo todo tipo de comentários.
O meu método é: não ligar.
Evito ler comentários negativos, mas leio quando preciso — porque também existem mensagens positivas e de força.
CHAKUISA:
O que as pessoas não sabem sobre ti?
ROSE MELLOW:
Que sou muito sorridente, brincalhona e conversadora.
CHAKUISA:
Qual é o teu maior sonho como artista?
ROSE MELLOW:
Atravessar fronteiras.
Que o mundo conheça a Rose Melon e que as minhas músicas toquem corações.
CHAKUISA:
Onde te vês dentro de cinco anos?
ROSE MELLOW:
No nível da Beyoncé.
Ela é trabalhadora, valoriza a melanina e a comunidade negra. É esse o nível onde quero chegar.
CHAKUISA:
O mercado moçambicano está difícil?
ROSE MELLOW:
Não está fácil para ninguém.
Destacar-se exige trabalho duro e persistência.
Eu persisto todos os dias.
CHAKUISA:
Que mensagens deixas aos fãs?
ROSE MELLOW:
Agradeço profundamente a todos: moçambicanos, angolanos e toda a família que me acolhe.
Continuem ligados à Rádio 8000 e aos meus trabalhos. Muitos beijos a todos.
CHAKUISA:
Onde o público pode-te seguir?
ROSE MELLOW:
No YouTube, TikTok, Instagram e Facebook — Rose Melo Oficial.
CHAKUISA:
Quais artistas moçambicanos gostarias de colaborar?
ROSE MELLOW:
Swing Fingers e Júlia Duarte.
CHAKUISA:
Na Beira também há artistas fortes?
ROSE MELLOW:
Sim.
A Júlia Duarte e o Calisto Ferreira são beirenses e estão bem afirmados no mercado.
CHAKUISA:
Ros, muito obrigado. A entrevista estará no YouTube e será transmitida na íntegra amanhã às 10h nas plataformas da Rádio 8000.
Ouvir a entrevista:
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