“Isabel dos Santos acusa Presidente João Lourenço de perseguição política e diz que Justiça recusou ouvi-la” - Rádio 8000

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terça-feira, 25 de novembro de 2025

“Isabel dos Santos acusa Presidente João Lourenço de perseguição política e diz que Justiça recusou ouvi-la”




Na entrevista à Rádio Essencial, a empresária afirma que o juiz de garantias rejeitou duas vezes o seu pedido para prestar declarações e que existe um despacho presidencial de 2017 que já a “condena” por peculato.



A empresária angolana Isabel dos Santos voltou a afirmar esta terça-feira, 25 de novembro de 2025, que é alvo de uma perseguição política orquestrada pelo Presidente João Lourenço. Em entrevista exclusiva à Rádio Essencial, a empresária revelou que o juiz de garantias recusou duas vezes ouvi-la no processo relacionado à sua gestão na Sonangol e disse possuir documentos que comprovam que a sua condenação teria sido “determinada” ainda em 2017.


A falar em direto para a Rádio Essencial e para o seu público no Instagram, Isabel dos Santos iniciou a entrevista explicando que, oito anos após a abertura do processo, continua sem ser formalmente ouvida pela Justiça angolana. Segundo a empresária, ela apresentou dois requerimentos para prestar declarações, ambos negados pelo juiz de garantias, que também teria mandado retirar esses pedidos do processo.

“Eu sempre quis cooperar com a Justiça. Pedi por escrito para ser ouvida, mas o juiz rejeitou duas vezes. Ele está a agir sob ordens superiores”, disse.

Isabel dos Santos afirma que só teve acesso parcial ao processo no ano passado, em apenas um dia, e que nesse momento encontrou documentos que, segundo ela, revelam interferência direta do Presidente da República.

A empresária declarou que encontrou um despacho presidencial datado de 1 de dezembro de 2017, assinado por João Lourenço, no qual, segundo ela, o chefe de Estado já a trataria como culpada do crime de peculato.

“O Presidente da República não pode condenar ninguém. Isso é papel de um tribunal. Mas existe um despacho em que João Lourenço afirma que eu cometi peculato”, afirmou.

A empresária também criticou o que considera um processo manipulado e seletivo, alegando que apresentou 73 testemunhas, das quais apenas 7 foram aceites pelo tribunal.

Segundo Isabel dos Santos, todas as testemunhas confirmaram que os serviços prestados pelos consultores durante a sua gestão na Sonangol foram reais, pagos e documentados, mas o juiz “ignorou completamente” esses depoimentos no despacho de pronúncia.


Acusações e Crimes em Curso

O processo contra Isabel dos Santos iniciou com 11 crimes, mas quatro já foram eliminados, permanecendo sete acusações:

Peculato, Burla qualificada, Abuso de confiança, Participação económica em negócio, Tráfico de influência, Branqueamento de capitais, Fraude fiscal qualificada

A empresária afirma que todas as acusações são falsas e que o processo está a ser conduzido “no escurinho”, com segredo de justiça usado para dificultar a sua defesa.


Alegações de perseguição política

Isabel dos Santos voltou a afirmar que a sua exoneração da Sonangol, em 2017, não se deveu a questões de gestão, mas sim a uma “vingança política” do atual Presidente.

“Não fui exonerada por falta de resultados. Foi perseguição política. Havia ordens superiores para me condenar”, garantiu.

Ela também alegou que membros da sua antiga equipa, hoje elogiados e condecorados pelo governo, confirmaram perante o tribunal a legalidade das decisões tomadas durante a sua gestão na Sonangol.


Futuro e próximos passos

A empresária afirmou que iniciará, nas próximas semanas, a divulgação pública dos documentos, atas, relatórios e provas da sua gestão na Sonangol. Anunciou ainda que irá lançar um ‘podcast’ dedicado a explicar detalhadamente o processo de reestruturação da empresa realizado entre 2016 e 2017.


Conclusão:

A entrevista reacende um dos processos judiciais e políticos mais mediáticos dos últimos anos em Angola. As declarações de Isabel dos Santos colocam novamente em debate a alegada instrumentalização da Justiça, enquanto o Estado angolano mantém as acusações que considera sustentadas por provas.


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