Nelson Dembo (Gangsta) legaliza movimento político-cívico nos EUA e promete regressar a Angola apenas com a saída do MPLA do poder

 

Washington, EUA – O ativista angolano Nelson Adelino Dembo, conhecido como Gangsta, anunciou em direto na sua página do Facebook a legalização oficial do seu movimento político-cívico nos Estados Unidos da América. Durante a transmissão, o ativista detalhou os “meandros” do processo de legalização do documento e revelou os próximos passos da sua atuação política fora de Angola.

Segundo Dembo, o movimento surge como uma plataforma para dar voz às comunidades angolanas na diáspora e consolidar a luta por mudanças democráticas em Angola. “Este é um passo histórico para a nossa causa, porque nos dá legitimidade internacional”, afirmou.

Condições para regressar a Angola

O ativista foi categórico quanto à possibilidade de regressar ao país natal: “Só volto a Angola quando o MPLA sair do poder. Se eu pisar em Angola, vou ser morto”, declarou. A afirmação reforça o clima de tensão entre Dembo e as autoridades angolanas, que, segundo ele, acompanharam de perto tanto a sua saída de Angola como a sua chegada aos Estados Unidos. “A minha saída mexeu com os serviços secretos de Angola, e a minha entrada nos EUA também abalou as suas estruturas”, garantiu.

Percurso até os Estados Unidos

Na mesma transmissão, Nelson Dembo contou o trajeto que percorreu até chegar aos EUA. O ativista participou em diferentes manifestações no continente africano, entre elas em Dakar (Senegal), Guiné-Bissau, Guiné-Conacri e Gâmbia. Mais tarde, seguiu para o Norte de África, de onde organizou a sua viagem até ao território norte-americano.

Dembo destacou que cada passagem marcou um momento de resistência e articulação com movimentos cívicos e políticos locais, ampliando a sua rede de contactos e reforçando a sua visão sobre as lutas democráticas no continente.

Histórico e projeção internacional

Nelson Dembo é uma das vozes mais críticas da governação angolana. O seu ativismo já lhe valeu processos judiciais e acusações de incitação à desobediência civil, algo que ele sempre negou, afirmando apenas estar a exercer o direito à liberdade de expressão.

Agora, com a legalização do movimento em território norte-americano, procura ampliar a sua influência junto da comunidade angolana na diáspora e reforçar a pressão internacional sobre o governo de Luanda.

Até ao momento, as autoridades angolanas não se pronunciaram oficialmente sobre as recentes declarações de Nelson Dembo nem sobre a legalização do movimento político-cívico nos Estados Unidos.