Pascoal Luvualo "Kiavua" (1932–1992) foi uma das figuras mais influentes do movimento nacionalista angolano, destacando-se como sindicalista, diplomata e dirigente político. Natural de Kibocolo, no Uíge, desempenhou um papel central na organização dos trabalhadores angolanos no exílio e na projeção internacional da luta pela independência.
Formação e Ativismo Sindical
Em 1943, Luvualo migrou com a família para Léopoldville (atual Kinshasa), no então Congo Belga, onde trabalhou como estafeta e professor. Em 1952, aderiu à Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB), de orientação socialista, o que lhe possibilitou estudar economia na Universidade dos Sindicatos Alemães "Fritz Heckert", na Alemanha Oriental.
De volta a Kinshasa, fundou em 16 de abril de 1960 a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA), tornando-se o seu primeiro secretário-geral. A UNTA viria a ser a principal central sindical angolana, com forte ligação ao MPLA .
Ligação ao MPLA e Diplomacia Internacional
Luvualo formalizou a sua adesão ao MPLA em outubro de 1960, enquanto ainda estava em Leipzig. Participou ativamente na criação da Frente Democrática de Libertação de Angola (FDLA) em 1963, consolidando a integração da UNTA ao MPLA .
Entre 1971 e 1975, dirigiu o Departamento de Relações Exteriores do MPLA, coordenando também a Comissão Central de Controlo do partido. Foi designado, com Lúcio Lara, para representar Angola no Comité de Libertação da Organização da Unidade Africana (OUA), desempenhando papel crucial no reconhecimento internacional da independência angolana.
Atuação Pós-Independência
Após a independência em 1975, Luvualo foi eleito deputado à Assembleia do Povo, coordenando a Comissão de Saúde, Trabalho, Segurança Social e Assuntos Comunitários. Em 1977, reassumiu o cargo de secretário-geral da UNTA, posição que manteve até 1991.
Além disso, foi vice-presidente do Conselho Mundial da Paz e membro do Bureau Presidencial da Organização Sindical Mundial, refletindo a sua influência no sindicalismo internacional.
Legado
Pascoal Luvualo faleceu em Luanda em 28 de maio de 1992. Seu legado é homenageado em diversas instituições, como o Instituto Médio Politécnico N.º 55 "Pascoal Luvualo" no Namibe . Em 2023, durante as celebrações do Dia Internacional do Trabalhador no Uíge, foi lembrado por sua contribuição à luta contra o colonialismo e à defesa dos direitos dos trabalhadores .
A trajetória de Pascoal Luvualo é emblemática da interseção entre sindicalismo, política e diplomacia na história de Angola, evidenciando o papel fundamental dos trabalhadores na conquista da independência nacional.
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